quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Não tape o sol com a peneira


Depois de dar tantas cabeçadas em paredes e murros em pontas de facas, aprendi que as pendências, diferenças, dívidas, dúvidas e retratações devem ser resolvidas na hora. O lixo deve ser colocado em sacos plásticos, fechados com dois ou mais nózinhos e colocados para fora.
Nada de varrer pra debaixo do tapete.
Tem gente que faz isso como arte: finge que não vê, não diz anda, não toma partido e se posiciona em cima do muro, assistindo a própria vida passar. Resolve deixar as coisas pra lá, empurram os problemas com a barriga e sufocam as dores (principalmente as dos outros) com um travesseiro.

Acontece, caros amigos, que feridas abertas e não cicatrizadas inflamam e sempre voltam a doer. Essas dores vão se tornando antigas, começam a fazer parte da gente e entram no coração. E quando ali permanecem, doem cada vez mais.  Às vezes aumentam de tamanho e não há band-aid que resolva. Vira tristeza crônica.
Varrer pra debaixo do tapete torna tudo mais complicado.
Esse acúmulo toma muito espaço, tempo e desfaz as boas lembranças.
Só o que resta é o lixo não-reciclável, poluindo e aumentando as dores que a gente carrega.
Minha dica é:
Se resolva.
Seja alguém de atitude.
Não fique deixando pra depois, porque quando chegar esse depois, o que vai acontecer é só remoeção de sentimentos inúteis, que não deveriam nem existir mais.
Não tape o sol com a peneira pra depois ficar dizendo que é tempestade em copo d'água. (ou chilique)

Letícia Zazi

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