Cenário: Reunião de trabalho mediúnico num centro kardecista (Espírita).
A reunião, na sua fase teórica, desenrola-se sob a explanação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Os membros da seleta assistência ouvem a lição atentamente.
Sobre a mesa, a tradicional toalha branca, a água a ser fluidificada e o Evangelho Segundo o Espiritismo aberto na lição nona do capítulo 10.
Sobre a mesa, a tradicional toalha branca, a água a ser fluidificada e o Evangelho Segundo o Espiritismo aberto na lição nona do capítulo 10.
"O Argueiro e a trave no olho".
Por que vês tu o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
O Dr. Anestor, era o dirigente dos trabalhos práticos, tecia as últimas considerações a respeito da lição da noite. O ambiente estava impregnado das fortes impressões deixadas pelas palavras de Jesus Cristo através do Evangelho.
Feita a prece de abertura por um dos presentes iniciam-se as manifestações.
Uma das médiuns fica sob a influência de um espírito estranho. Tomada de uma sacudidela incontrolável, suspirou profundamente e, de forma instantânea permitiu a incorporação de um espírito.
O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas vindas, em nome de Jesus.
- Seja bem-vindo, meu irmão, nesta casa de caridade, disse-lhe Dr. Anestor.
Feita a prece de abertura por um dos presentes iniciam-se as manifestações.
Uma das médiuns fica sob a influência de um espírito estranho. Tomada de uma sacudidela incontrolável, suspirou profundamente e, de forma instantânea permitiu a incorporação de um espírito.
O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas vindas, em nome de Jesus.
- Seja bem-vindo, meu irmão, nesta casa de caridade, disse-lhe Dr. Anestor.
O espírito respondeu:
- Zi-boa noite, zi-Fio. Suncê me dá licença prá eu me aproximá de seus trabalhos, Fio?.
- Claro, meu companheiro, nosso centro espírita está aberto a todos os que desejam progredir, respondeu o diretor da mesa.
Todos os presentes perceberam que a entidade comunicante era um Preto Velho, espírito que habitualmente comunica-se nos terreiros de Umbanda. E a entidade continuou:
Todos os presentes perceberam que a entidade comunicante era um Preto Velho, espírito que habitualmente comunica-se nos terreiros de Umbanda. E a entidade continuou:
- Vós mecê tem aí uma cachacinha prá eu bebê, Zi-Fio?.
- Não, não temos, disse-lhe Dr. Anestor. Você precisa se libertar destes costumes que traz dos terreiros, que é o de ingerir bebidas alcoólicas. O Espírito precisa evoluir, completou o dirigente.
- Vós mecê num tem aí um pito? Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Zi-fio.
- Ora, meu irmão, você deve deixar o mais breve possível este hábito adquirido nas práticas de terreiro, se é que queres progredir. Que benefícios traria isso a você?
O preto-velho respondeu:
O preto-velho respondeu:
- Zi preto véio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos médiuns não faz uso do cigarro, Zi-fio? Suncê mesmo fuma e toma suas bebidinhas nos fins de sumana? Vós mecê pode me explicá a diferença que tem o seu Espírito que beberica 'whisky' lá fora, de mim que quero beber aqui dentro? Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncê fuma na rua, daquele que eu quero pitar aqui dentro, Zi-fio?.
O Dr. Anestor envergonhado não pôde explicar, mas resolveu arriscar.
- Ora, meu amigo, nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar os trabalhos de Jesus.
O preto-velho retrucou, mas agora já não fala mais como um Preto Velho e transmite a seguinte mensagem:
- Caro dirigente, na escola espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais centro espírita. Para nós, estudiosos da alma, o templo da verdade é o do Espírito. E é ele que está sendo profanado com o uso do álcool e do fumo, como vêm procedendo os senhores. Como sabeis vosso exemplo na sociedade, perante os estranhos e frente a seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar devem ser combatidos por todos os que trabalham na Terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é fundamental na vida de quem quer ensinar. E no meu caso o uso do tabaco incinerado não visa o vicio e sim, as descargas na aura dos que me procuram em busca de ajuda nos terreiros de Umbanda, mas esse procedimento tem fundamentos que o digno doutor desconhece por não compreender na totalidade as leis de causa e efeito do mundo astral conhecidas como magia, palavra totalmente expurgada de vosso vocabulário por não conhecer o seu verdadeiro significado, fato esse devido ao vosso amplo orgulho. Refiro-me ao vosso orgulho porque o tratamento a mim dispensado como Preto Velho, deixou claro o vosso despreparo transmitido no tom de sua voz quando a mim se dirigiu, já que julgou-me inferior devido a classe social de uma de minhas existências passadas, desconhecendo que este negro escravo no passado também já foi juiz, também já foi doutor. Se aqui compareço como Preto Velho, tenho com essa conduta o objetivo alerta-los de que é na amizade, na simplicidade e na humildade que se entra no Céu.
Houve grande silêncio diante de tal argumentação segura. Pouco depois, o Preto Velho continuou:
- Perdoe-me pela forma em que os visitei e pelo tempo que lhes tomei de trabalho, vou-me embora, mas antes, tenho a obrigação de alertá-los sobre o tema citado no inicio de vossa reunião, já que o ensinamento que o ilustre doutor ministrou no inicio aos presentes, ao que parece serve para uns e não para outros, o que nos retrata a idéia de uma farsa, dando a impressão que nosso poderoso Pai tem dois pesos e duas medidas o que todos sabemos não ser a verdade.
Vou-me agora como Preto Velho e deixo aqui um pouco da minha paz que vem de Deus. E recebam todos vocês que militam nesta respeitável Seara os meus sinceros votos de progresso na espiritualidade.
Vou-me agora como Preto Velho e deixo aqui um pouco da minha paz que vem de Deus. E recebam todos vocês que militam nesta respeitável Seara os meus sinceros votos de progresso na espiritualidade.
Deu em seguida uma sacudida na médium, como nas manifestações de Umbanda, e afastou-se para o mundo invisível.
O Dr. Anestor ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar daquela forma, mas não houve resposta.
O Dr. Anestor ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar daquela forma, mas não houve resposta.
No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição.
Lição para todos meditarem.
História 2
Certa vez Dona Clotilde uma distinta senhora de classe média, viu-se nos seus 60 anos de idade, frente a inúmeros problemas de saúde. Após infindáveis visitas aos médicos, os resultados que conseguia eram pequenos, mas continuava a distinta senhora a contornar os seus problemas de saúde.
Uma das empregadas de sua residência ao notar seu estado doentio, lhe sugeriu uma visita a um templo de Umbanda.
Dona Clotilde havia recebido em sua vida uma educação esmerada, estudou no exterior e casou-se na juventude com rapaz de família tradicional. Sua família embora católica, freqüentava periodicamente reuniões kardecistas (espíritas) e nessas reuniões havia ouvido muito falar da Umbanda, sabia ser a Umbanda uma religião que visava ajudar os humildes e também já tinha conhecimento de suas poderosas forças aliadas do bem, já ouvira falar de caboclos e pretos velhos e sabia o que representavam. Por essa razão, resolveu atender o convite de sua humilde empregada e resolveu comparecer ao templo.
Após duas noites lá estava Dona Clotilde sentada nos bancos de madeira de um humilde templo de umbanda na periferia da cidade. Os trabalhos daquela noite seriam desenvolvidos pela linha dos pretos velhos. Após a abertura dos trabalhos, a linha de preto velho se fez presente e iniciou-se o atendimento. Gente de todas as classes sociais e com mos mais diferentes problemas passou a ser atendida em consultas pela linha de origem africana.
Quando chegou sua vez de ser atendida, sentou-se num banquinho na frente de uma jovem médium que incorporava um preto de velho de nome Pai Pedro de Moçambique. O preto velho após observar a debilitada senhora lhe disse:
Uma das empregadas de sua residência ao notar seu estado doentio, lhe sugeriu uma visita a um templo de Umbanda.
Dona Clotilde havia recebido em sua vida uma educação esmerada, estudou no exterior e casou-se na juventude com rapaz de família tradicional. Sua família embora católica, freqüentava periodicamente reuniões kardecistas (espíritas) e nessas reuniões havia ouvido muito falar da Umbanda, sabia ser a Umbanda uma religião que visava ajudar os humildes e também já tinha conhecimento de suas poderosas forças aliadas do bem, já ouvira falar de caboclos e pretos velhos e sabia o que representavam. Por essa razão, resolveu atender o convite de sua humilde empregada e resolveu comparecer ao templo.
Após duas noites lá estava Dona Clotilde sentada nos bancos de madeira de um humilde templo de umbanda na periferia da cidade. Os trabalhos daquela noite seriam desenvolvidos pela linha dos pretos velhos. Após a abertura dos trabalhos, a linha de preto velho se fez presente e iniciou-se o atendimento. Gente de todas as classes sociais e com mos mais diferentes problemas passou a ser atendida em consultas pela linha de origem africana.
Quando chegou sua vez de ser atendida, sentou-se num banquinho na frente de uma jovem médium que incorporava um preto de velho de nome Pai Pedro de Moçambique. O preto velho após observar a debilitada senhora lhe disse:
- A mizinfia tá muito doente, mas o véio tem remédio zimbão prá mizinfia tomá".
Em seguida ordenou ao seu cambone (médium auxiliar) que escrevesse:
- A mizinfia vai pega casca de ovo sem cozinhá, vai torra no forno, dispois vai moe as casca, mistura com leite morno e vai bebe toda as noite um copo bem cheio.
Feito isso, o Pai Pedro solicitou a ela que retornasse na semana seguinte para continuar com seu tratamento.
A Dona Clotilde um pouco desapontada foi-se embora, não esperava receber a receita de tal remédio absurdo. No caminho para casa raciocinava ela;
Mas que absurdo comer cascas de ovo torradas, pensava ela, como me deixei trazer por aquela empregada a este fim de mundo em meio a esta gente miserável.
Ao chegar em casa não deu ouvidos ao pedido do Pai Pedro e jogou o papel no lixo.
Os anos se passaram e a situação de Dona Clotilde agravou-se. Certa tarde Dona Clotilde muito doente recebeu a visita de uma de suas amigas, que era kardecista e dirigia um renomado centro espírita. Aconselhada pela amiga resolveu fazer uma visita ao centro espírita em dia determinado, ocasião em que o espírito do Dr. Pedro Pereira que havia sido em vida um médico renomado lá incorporava, dava consultas e conseguia verdadeiros milagres junto as pessoas doentes.
Contente pelas palavras da amiga, na noite seguinte lá estava Dona Clotilde sentada nas cadeiras do centro espírita aguardando ser atendida. Os trabalhos da noite se iniciaram com normalidade, a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo foi feita aos presentes e no ambiente a sensação de paz se instalou.
Iniciou-se em seguida o atendimento aos presentes pelo Dr. Pedro. Chagada a sua vez, sentou-se frente a um médium sexagenário que incorporava o Dr. Pedro Pereira que disse aos seus auxiliares:
A Dona Clotilde um pouco desapontada foi-se embora, não esperava receber a receita de tal remédio absurdo. No caminho para casa raciocinava ela;
Mas que absurdo comer cascas de ovo torradas, pensava ela, como me deixei trazer por aquela empregada a este fim de mundo em meio a esta gente miserável.
Ao chegar em casa não deu ouvidos ao pedido do Pai Pedro e jogou o papel no lixo.
Os anos se passaram e a situação de Dona Clotilde agravou-se. Certa tarde Dona Clotilde muito doente recebeu a visita de uma de suas amigas, que era kardecista e dirigia um renomado centro espírita. Aconselhada pela amiga resolveu fazer uma visita ao centro espírita em dia determinado, ocasião em que o espírito do Dr. Pedro Pereira que havia sido em vida um médico renomado lá incorporava, dava consultas e conseguia verdadeiros milagres junto as pessoas doentes.
Contente pelas palavras da amiga, na noite seguinte lá estava Dona Clotilde sentada nas cadeiras do centro espírita aguardando ser atendida. Os trabalhos da noite se iniciaram com normalidade, a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo foi feita aos presentes e no ambiente a sensação de paz se instalou.
Iniciou-se em seguida o atendimento aos presentes pelo Dr. Pedro. Chagada a sua vez, sentou-se frente a um médium sexagenário que incorporava o Dr. Pedro Pereira que disse aos seus auxiliares:
- Nossa querida irmã encontra-se muito doente, atualmente o seu maior problema é a ostioporose. (Ostioporose = doença degenerativa dos ossos que em fase avançada deixa os ossos fracos e porosos, situação em que fraturas espontâneas são comuns, as vezes apenas o peso do próprio corpo já é suficiente para ocorrerem fraturas nas pernas) e ministrou a ela a seguinte receita:
- A querida irmã deve torrar cascas de ovo cru, em seguida moer as cascas e misturá-las em leite morno e deve tomar todas as noites um copo desse preparado.
Ao ouvir isso a Dona Clotilde disse ao Dr.Pedro;
- Que estranho doutor, há muitos anos atrás me passaram a mesma receita!
E o Dr. Pedro respondeu:
- Minha querida irmã, se você tivesse ouvido o Pai Pedro de Moçambique que lhe ensinou esse mesmo remédio, sua atual situação não seria tão grave!
Ao ouvir isso, a Dona Clotilde indagou:
- Mas como o senhor sabe disso?
Respondeu o Dr. Pedro;
- Eu sou o Pai Pedro de Moçambique que ainda incorporo naquele humilde terreiro de Umbanda nas noites de sexta feira e lá atendo e ensino remédios e soluções alternativas aos humildes que não tem como conseguir remédios que são caros. Ensino a eles o que aprendi na senzala junto a outros escravos que trouxeram da África os ensinamentos da milenar e poderosíssima magia africana. Se a irmã tivesse ingerido as cascas de ovo com leite que são ricos em cálcio, sua atual situação não seria tão grave.
Ao ouvir isso a Dona Clotilde pasma, levantou-se abruptamente caindo no chão em seguida, o esforço ao levantar-se foi grande demais para o seu debilitado esqueleto, ocasião em que o seu fêmur (osso da perna) quebrou-se, tendo que ser levada as pressas a um hospital.
Nota
"As duas histórias ensinam que não devemos julgar o que não conhecemos e não temos poder para ver e compreender. A condição humilde em que se apresentam nossos guias, não são aval de inferioridade, muito ao contrário disso, um caboclo ou preto velho apresentam-se de forma humilde e os ignorantes que julgam tudo saber desconhecem que não temos apenas uma existência e nossos guias se dirigem as pessoas dentro de suas necessidades e também dentro do degrau de evolução na espiritualidade que atingiram.
Quanto maior for a evolução espiritual e cultural de uma pessoa que procura por nossos guias, maior será o nível da comunicação com essa pessoa. Já uma outra com menos evolução, receberá ensinamentos dentro de uma faixa que lhe permita compreender o que necessita para ser feliz.
Quanto maior for a evolução espiritual e cultural de uma pessoa que procura por nossos guias, maior será o nível da comunicação com essa pessoa. Já uma outra com menos evolução, receberá ensinamentos dentro de uma faixa que lhe permita compreender o que necessita para ser feliz.
Reflita!"
Fonte: http://www.nuss.com.br
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