(A Umbanda e a Espiritualidade no Terceiro Milênio I)
Cada vez mais a compreensão do espiritual passa pela aceitação e pela integração com o terreno, o material, o concreto e, portanto, o corporal e o mental. Na leitura holística (holos = todo), o corpo é um aliado, e não um inimigo, como tantas vezes foi considerado por grandes mestres espirituais, que, amorosamente, precisam ser compreendidos no contexto histórico no qual cada um viveu.
A mente, por sua vez, contribui e muito para o desenvolvimento espiritual à medida que os padrões de pensamento se encarregam de atrair ou repelir (concretizar) situações em nossas vidas, vale dizer, para a criação do céu e/ou do inferno pessoal.
Em sintonia com o corpo e a mente, o espírito reitera a postura dialógica com o divino, consigo e com o outro. Afinal, se a espiritualidade prescinde momentos de solitude (não necessariamente de solidão), também evoca a convivência, a comunhão, a partilha: "Namastê" (o Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você).
Por ser uma religião ecológica, a Umbanda visa ao equilíbrio do trinômio corpo, mente e espírito, a saúde física, o padrão de pensamento e o desenvolvimento espiritual de cada indivíduo. Ecologia tem aqui o sentido de integração: com o corpo, com a mente, com a Espiritualidade, com o outro, com o ambiente. Uma postura ecológico-umbandista não se volta apenas para os cuidados com os pontos da natureza/pontos de força dos Orixás, Guias e Entidades, mas também com o próprio corpo, o qual, se um vai se tornar pó, ainda não se tornou e, assim, precisa sentir prazer e alegria, ser cuidado com equilíbrio, nutrido, fortalecido, acalentado etc.; com o padrão vibratório, em especial no que tange ao pensamento e ao sentimento, fontes poderosíssimas de criação da realidade; com o desenvolvimento espiritual pleno, autônomo, ecumênico, sem, portanto, dependências, mistificações etc.
"Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo." (Walter Franco).
Deixa a gira girar!
Dermes
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