quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Adoração de imagens
Parece ter virado moda a insensatez em acusar os umbandistas de "adoradores de imagens". Isso apenas demonstra a falta de conhecimento daqueles que, na ânsia de nos diminuir, falam bobagens pelos cotovelos.
Usamos imagens, sim, mas não as adoramos. Temos a plena consciência de que são apenas símbolos moldados e não seres divinos. Não temos o hábito de entregar nossos pedidos e oferendas a elas e quem diz que o fazemos, deve procurar estudar e entender nossos rituais, antes de fazer comentários descabidos..
As imagens estão em nossos congás para uma ligação visual com a entidade ou orixá representados por elas, nada mais.
Os médiuns, principalmente os inexperientes, sentem grande dificuldade em firmar para uma boa incorporação sem um elemento visual apropriado.
Não há como explicar a um filho que acaba de entrar no terreiro que a firmeza de Iemanjá, por exemplo, deve nos remeter ao mar e, unicamente, à energia emanada dele. Muito mais fácil e direto quanto apresentamos a imagem desse orixá. A bela moça vestida de azul surgindo do mar entre elementos de seu reino faz com que, imediatamente, a energia marítima, necessária nessa firmeza, surja com força na mente do médium e a encaminhe à energia pretendida.
As imagens nada mais são, em nosso meio, que objetos de culto, auxiliares importantes em nossos trabalhos e, por isso mesmo, merecem respeito, como respeitamos a pemba e a toalha, sem contudo, adorá-las.
Temos sim, carinho por elas, afinal, estão sempre ali, acompanhando nossa caminhada. Como desprezar, sem uma dorzinha no peito, aquele travesseiro que nos acompanhou por anos? Esse é o sentimento do umbandista em relação às suas imagens. Carinho e respeito. Adoração? Nunca!
Luiz Carlos Pereira
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