domingo, 6 de novembro de 2011

Desobsessão - Parte 4











DESOBSESSÃO
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO VIEIRA
DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ
Série André Luiz
21- VISITANTES
O serviço de desobsessão não é um depar­tamento de trabalho para cortesias sociais que, embora respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos desencarnados que amargas dificuldades atormentam.
Ainda assim, há casos em que companhei­ros da construção espírita-cristã, quando solici­tem permissão para isso, podem ter acesso ao serviço, em caráter de observação construtiva; entretanto, é forçoso preservar o cuidado de não acolhê-los em grande número para que o clima vibratório da reunião não venha a sofrer mu­danças inoportunas.
Essas visitas, no entanto, devem ser rece­bidas apenas de raro em raro, e em circunstân­cias realmente aceitáveis no plano dos trabalhos de desobsessão, principalmente quando objetivem a fundação de atividades congêneres. E an­tes da admissão necessária é imperioso que os mentores espirituais do grupo sejam previamen­te consultados, por respeito justo às responsa­bilidades que abraçam, em favor da equipe, mui­to embora saibamos que a orientação das ativi­dades espíritas vigora na própria Doutrina Es­pírita e não no arbítrio dos amigos desencarna­dos, mesmo aqueles que testemunhem elevada condição.
Compreende-se que os visitantes não neces­sitem de comparecimento que exceda de 3 a 4 reuniões.
22- AUSÊNCIA JUSTIFICADA
Freqüentemente, surge o caso da impossi­bilidade absoluta de comparecimento desse ou daquele companheiro às atividades predetermi­nadas.
Uma viagem rigorosamente inadiável...
Um problema caseiro de grave expressão...
Exigência profissional inopinada...
Enfermidade súbita...
Que o amigo numa situação assim não ol­vide o compromisso em que se acha incurso na obra de desobsessão e expeça um aviso direto, sempre que possível com antecedência mesmo de horas ou minutos, ao dirigente da reunião, jus­tificando a ausência, para evitar indisciplinas que ocorrerão fatalmente, no campo mental do grupo, através de apreensões e considerações descabidas.
De qualquer modo, ainda mesmo com nú­mero reduzido de participantes, a reunião pode ser efetuada.
23- CHEGADA INESPERADA DE DOENTE
Em algumas ocasiões aparece um problema súbito: a chegada de enfermos ou de obsidiados sem aviso prévio, sejam adultos ou crianças.
Necessário que o discernimento do conjunto funcione, ativo.
Na maioria dos acontecimentos dessa ordem, o doente e os acompanhantes podem ser admiti­dos por momentos rápidos, na fase preparatória dos serviços programados, recebendo passes e orientação para que se dirijam a órgãos de as­sistência ou doutrinação competentes, trabalho esse que será executado pelos componentes que o diretor da reunião designará.
Findo o socorro breve, retirar-se-ão do re­cinto.
Nesses casos se enquadram igualmente os obsessos apenas influenciados ou fixados em fase inicial de perturbação, para os quais o contacto com os comunicantes, menos felizes ou francamente conturbados, sem a devida preparação, é sempre inconveniente ou prejudicial, pela sus­cetibilidade e pelas sugestões negativas que apre­sentam na semilucidez em que se encontram.
Diante, porém, dos processos da obsessão in­discutivelmente instalada, o grupo deve e pode acolher o obsidiado e seus acompanhantes, aco­modando-os no banco ou nas cadeiras, colocados à retaguarda, onde receberão a assistência pre­cisa.
24- MÉDIUNS ESCLARECEDORES
Na equipe em serviço, os médiuns esclare­cedores, mantidos sob a condução e inspiração dos Benfeitores Espirituais, são os orientadores da enfermagem ou da assistêncià aos sofredores desencarnados. Constituídos pelo dirigente do grupo e seus assessores, são eles que os instru­tores da Vida Maior utilizam em sentido direto para o ensinamento ou o socorro necessários.
Naturalmente que a esses companheiros compete um dos setores mais importantes da reunião.
Vejamos alguns dos itens do trabalho fun­damental que se lhes assinala:
1. Guardarem atenção no campo intuitivo, a fim de registrarem, com segurança, as suges­tões e os pensamentos dos benfeitores espirituais que comandam as reuniões;
2. Tocar no corpo do médium em transe somente quando necessário;
3. Estudar os casos de obsessão, surgidos na equipe de médiuns psicofônicos, que devam ser tratados na órbita da psiquiatria, a fim de que a assistência médica seja tomada na medi­da aconselhável;
4. Cultivar o tato psicológico, evitando ati­tudes ou palavras violentas, mas fugindo da do­çura sistemática que anestesia a mente sem re­nová-la, na convicção de que é preciso aliar ra­ciocínio e sentimento, compaixão e lógica, a fim de que a aplicação do socorro verbalista alcance o máximo rendimento;
5. Impedir a presença de crianças nas ta­refas da desobsessão.
Outros aspectos de suas funções são lem­brados nos capítulos 13 e 32 a 37.
25- EQUIPE MEDIÚNICA: PSICOFÔNICOS
Na obra da desobsessão, os médiuns psico­fônicos são aqueles chamados a emprestar recursos fisiológicos aos sofredores desencarnados para que estes sejam socorridos. Deles se pede atitude de fé positiva, baseada na certeza de que a Espiritualidade Superior lhes acompanha o trabalho em moldes de zelo e supervisão. Compre­endendo que ninguém é chamado por acaso a tarefa de tamanha envergadura moral, verifi­carão facilmente que, da passividade construti­va que demonstrem, depende o êxito da emprei­tada de luz e libertação em que foram admi­tidos.
Atentos à função especial de colaboradores e medianeiros em que se acham situados, é justo se lhes rogue o cuidado para alguns pontos julgados essenciais ao êxito e à segurança da atividade que se lhes atribui: 1 — desenvolvimento da autocrítica;2 — aceitação dos pró­prios erros, em trabalho medianímico, para que se lhes apure a capacidade de transmissão; 3 —reconhecimento de que o médium é o respon­sável pela comunicação que transmite; 4 — abs­tenção de melindres ante apontamentos dos es­clarecedores ou dos companheiros, aproveitan­do observações e avisos para melhorar-se em serviço; 5 —fixação num só grupo, evitando as inconveniências do compromisso de desobsessão em várias equipes ao mesmo tempo; 6 —domínio completo sobre si próprio, para aceitar ou não a influência dos Espíritos desencarnados, inclusive reprimir todas as expressões e pala­vras obscenas ou injuriosas, que essa ou aquela entidade queira pronunciar por seu intermédio; 7 —interesse real na melhoria das próprias condições de sentimento e cultura; 8 — defesa permanente contra bajulações e elogios, conquan­to saiba agradecer o estímulo e a amizade de quantos lhes incentivem o coração ao cumpri­mento do dever; 9 — discernimento natural da qualidade dos Espíritos que lhes procurem as faculdades, seja pelas impressões de presença, linguagem, eflúvios magnéticos, seja pela condu­ta geral; 10 — uso do vestuário que lhes seja mais cômodo para a tarefa, alijando, porém, os objetos que costumem trazer jungidos ao corpo, como sejam relógios, canetas, óculos e jóias.
26- EQUIPE MEDIÚNICA: PASSISTAS
Entre os seareiros do bem que integram o conjunto, destaca-se, como sendo de particular valimento, a colaboração dos médiuns passistas, que permanecerão atentos ao concurso eventual que se lhes peça, no transcurso da reuniao.
Diligência e devotamento.
Vigilância e espontaneidade.
Agora é um problema que irrompe entre os próprios colegas de atividade; em seguida, um que outro médium psicofônico possivelmente caí­do em exaustão; depois, o pedido de auxílio para esse ou aquele dos assistentes a lhes solicitarem concurso, e, por fim, a assistência de rotina, na fase terminal do trabalho.
Os medianeiros do passe traçarão a si mes­mos as disciplinas aconselháveis em matéria de alimentação e adestramento, a fim de correspon­derem plenamente ao trabalho organizado para o grupo em sua edificação assistencial, entenden­do-se que os médiuns esclarecedores, se necessa­rio, acumularão também as funções de médiuns passistas, mas não a de psicofônicos, de modo a não se deixarem influenciar por Espíritos en­fermos.
27- LIVROS PARA LEITURA
Os livros para leitura preparatória no gru­po serão, de preferência:
1. «O Evangelho segundo o Espiritismo».
2. «O Livro dos Espíritos».
3. Uma obra subsidiária que comente os princípios kardequianos à luz dos ensinamentos do Cristo.
Bastarão esses recursos, porqüanto neles sintonizar-se-ão os assistentes no mesmo padrão de pensamento, em torno dos temas vitais do Espiritismo Cristão, compondo clima vibratório adequado ao trabalho em mira.
«O Livro dos Médiuns» e obras técnicas cor­relatas não devem ser lidos nas reuniões de desobsessão, mas sim em oportunidades adequa­das, referidas nos capítulos 66 e 72.
28- LEITURA PREPARATÓRIA
A leitura preparatória, que não ultrapassa­rá o tempo-limite de 15 minutos, constituir-se-á, preferentemente, de um dos itens de «O Evan­gelho segundo o Espiritismo», seguindo-se-lhe uma das questões de «O Livro dos Espíritos», com um trecho de um dos livros de comentários evangélicos, em torno da obra de Allan Kardec.
Efetuada a leitura, o dirigente retirará os livros de sobre a mesa, situando-os em lugar próprio.
O contacto com o ensino espírita, antes do intercâmbio com os irmãos desencarnados, ain­da sofredores, dispõe o ambiente à edificação moral, favorecendo a integração vibratória do grupo para o socorro fraterno a ser desenvol­vido.
O conjunto evitará entretecer comentários ao redor dos temas expostos, atento que precisa estar em uníssono, à recepção das entidades enfermas em expectativa, quase sempre aguar­dando alívio com angustiosa ansiedade.
Repitamos, assim: o dirigente providencia­rá a leitura, aproximadamente quinze minutos antes do momento marcado para o início do in­tercâmbio, pronunciando a prece de abertura, depois de lida a página última, com o que se ini­ciarão, para logo, as tarefas programadas.
29- PRECE INICIAL
Sobrevindo o momento exato em que a reu­nião terá começo, o orientador diminuirá o teor da iluminação e tomará a palavra, formulando a prece inicial.
Cogitará, porém, de ser preciso, não se alon­gando além de dois minutos.
Há quem prefira a oração decorada; toda­via, é aconselhável que o dirigente ore com suas próprias palavras, envolvendo a equipe nos sen­timentos que lhe fluem da alma.
A prece, nessas circunstâncias, pede o mí­nimo de tempo, de vez que há entidades em agoniada espera de socorro, à feição do doente de­sesperado, reclamando medicação substancial. Em diversas circunstâncias, acham-se ligadas desde muitas horas antes à mente do médium psicofônico, alterando-lhe o psiquismo e até mes­mo a vida orgânica, motivo pelo qual o socorro direto não deve sofrer dilação.
30- MANIFESTAÇÃO INICIAL DO MENTOR
Feita a oração inicial, o dirigente e a equi­pe mediúnica esperarão que o mentor espiritual do grupo se manifeste pelo médium psicofônico indicado.
Essa medida é necessária, porqüanto exis­tem situações e problemas, estritamente relacionados com a ordem doutrinária do serviço, ape­nas visíveis a ele, e o amigo espiritual, na con­dição de condutor do agrupamento, perante a Vida Maior, precisará dirigir-se ao conjunto, lembrando minudências e respondendo a algu­ma consulta ocasional que o dirigente lhe quei­ra fazer, transmitindo algum aviso ou propon­do determinadas medidas.
Esse entendimento, no limiar do programa de trabalho a executar-se, é indispensável à harmonização dos agentes e fatores de serviço, ainda mesmo que o mentor se utilize do medianeiro tão-só para uma simples oração que, evidente­mente, significará tranqüilidade em todos os se­tores da instrumentação.

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