domingo, 6 de novembro de 2011

Desobsessão - Parte 3





DESOBSESSÃO
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO VIEIRA
DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ
Série André Luiz
11- CHEGADA DOS COMPANHEIROS
Os benfeitores espirituais de plantão, na obra assistencial aos irmãos desencarnados sofredores, esperam sempre que os integrantes da equipe alcancem o recinto de serviço em posição respeitosa.
Nada de vozerio, tumulto, gritos, garga­lhadas.
Lembrem-se os companheiros encarnados de que se aproximam de enfermos reunidos, como num hospital, credores de atenção e carinho.
A obra de socorro está prestes a começar.
Necessário inclinar o sentimento ao silên­cio e à compaixão, à bondade e à elevação de vistas, a fim de que o conjunto possa funcionar em harmonia na construção do bem.
12- CONVERSAÇÃO ANTERIOR Á REUNIÃO
Há sempre margem a conversações no re­cinto para os que chegam mais cedo, cabendo aos seareiros do conjunto evitar a dispersão de forças em visitas, mesmo rápidas, mas impró­prias, a locais vizinhos, sejam casas particula­res ou restaurantes públicos.
Compreensível rogar aos colaboradores da tarefa a total abstenção de temas contrários à dignidade do trabalho que vão desempenhar.
Evitem-se os anedotários jocosos, as consi­derações injuriosas a quem quer que seja.
Esqueçam-se críticas, comentários escanda­losos, queixas, azedumes, apontamentos irônicos.
Toda referência verbal é fator de indução.
Se somos impelidos a conversar, durante os momentos que precedem a atividade assistencial, seja a nossa palestra algo de bom e edifi­cante que auxilie e pacifique o clima do recinto, ao invés de conturbá-lo.
13- DIRIGENTE
O dirigente das tarefas de desobsessão não pode esquecer que a Espiritualidade Superior es­pera nele o apoio fundamental da obra.
Direção e discernimento. Bondade e energia.
Certo, não se lhe exigirão qualidades supe­riores à do homem comum; no entanto, o orientador da assistência aos desencarnados sofredo­res precisa compreender que as suas funções, diante dos médiuns e freqüentadores do grupo, são semelhantes às de um pai de família, no ins­tituto doméstico.
Autoridade fundamentada no exemplo.
Hábito de estudo e oração.
Dignidade e respeito para com todos. Afeição sem privilégios.
Brandura e firmeza.
Sinceridade e entendimento.
Conversação construtiva.
Para manter-se na altura moral necessária o diretor dispensarà a todos os componentes de conjunto a atenção e o carinho idênticos àqueles que um professor reto e nobre cultiva perante os alunos, e, como se erguerá, perante os instrutores Espirituais, na posição de médium es clarecedor mais responsável, designará dois três companheiros, sob a orientação dele próprio a fim de que se lhe façam assessores em serviço e o substituam nos impedimentos justificados.
14- PONTUALIDADE
Pontualidade — tema essencial no quoti­diano, disciplina da vida.
Administrações não respeitam funcionários relapsos.
Em casa, estimamos nos familiares os com­promissos em dia, os deveres executados com exatidão.
Habitualmente não falhamos no horário marcado pelas personalidades importantes do mundo, a fim de corresponder-lhes ao apreço.
A entrevista com um industrial...
A fala com um Ministro de Estado...
Nas lides da desobsessão, é forçoso enten­der que benfeitores espirituais e amigos outros desencarnados se deslocam de obrigações gra­ves da Vida Superior, a fim de assistir-nos e socorrer-nos.
Pontualidade é sempre dever, mas na de­sobsessão assume caráter solene.
Não haja falha de serviço por nossa causa. Não se pode esquecer que o fracasso, na maioria das vezes, é o produto infeliz dos retardatários e dos ausentes.
A hora de início das tarefas precisa mos­trar-se austera, entendendo-se que o instante do encerramento é variável na pauta das circuns­tâncias.
Aconselhável se feche disciplinarmente a porta de entrada, 15 minutos antes do horário marcado para a abertura da reunião, tempo esse que será empregado na leitura preparatória.
15- MOBILIÁRIO PARA OS TRABALHOS
O mobiliário no recinto dedicado à desobses­são não apenas necessita estar escoimado de objetos e apetrechos que recordem rituais e amu­letos, simbolos e ídolos de qualquer espécie, mas também deve ser integrado por peças simples e resistentes.
A mesa deve ser sólida e as cadeiras talha­das em madeira, lembrando, sem adornos desnecessários, a austeridade de uma família respei­tável.
Se tivermos de acrescentar algo, aditemos dois bancos, igualmente de madeira, para visi­tas casuais ou para o socorro magnético a esse ou àquele companheiro do grupo quando necessi­te de passe, a distância do circulo formado em comunhão de pensamento.
Evitarmos tapetes, jarros, telas e enfeites outros, porqüanto o recinto é consagrado, além de tudo, ao alívio de Espíritos sofredores ou alie­nados mentais autênticos, necessitados de am­biente limpo e simples, capaz de auxiliâ-los a es­quecer ilusões ou experiências menos felizes vi­vidas na Terra.
16- CADEIRAS
As cadeiras para a reunião merecem apon­tamentos particulares.
Evite-se o uso de poltronas que sugiram a sesta, como também o emprego de móveis des­providos de qualquer anteparo, à feição de tam­boretes que imponham desconforto.
Utilizemo-nos de cadeiras, pesadas na cons­tituição, para frustrar os impulsos de queda ou de agitação excessiva, habituais nos médiuns em transe, mas construídas em estilo singelo, com o espaldar amplo e alto que suporte com firme­za os seareiros empenhados no socorro espiri­tual aos irmãos perturbados, além do plano fí­sico.
Evitem-se as cadeiras desconjuntadas ou rangedoras que só ruídos desnecessários e per­turbações outras provocam no ambiente.
17- ILUMINAÇÃO
A iluminação no recinto será, sem dúvida, aquela de potencialidade normal, na fase preparatória das tarefas, favorecendo vistorias e leituras.
Contudo, antes da prece inicial, o dirigente da reunião graduará a luz no recinto, fixando-a em uma ou duas lâmpadas, preferivelmente ver­melhas, de capacidade fraca, 15 watts, por exemplo, de vez que a projeção de raios demasiado intensos sobre o conjunto prejudica a formação de medidas socorristas, mentalizadas e dirigidas pelos instrutores espirituais, diretamente res­ponsáveis pelo serviço assistencial em andamen­to, com apoio nos recursos medianímicos da equipe.
As lâmpadas devem ser situadas a distân­cia da mesa dos trabalhos para se evitarem aci­dentes.
Nas localidades não favorecidas pela ener­gia elétrica, o orientador da reunião diminuirá no recinto o teor da luz empregada.
18- ISOLAMENTO HOSPITALAR
A desobsessão abrange em si obra hospita­lar das mais sérias.
Compreenda-se que o espaço a ela destinado, entre quatro paredes, guarda a importância de uma enfermaria, com recursos adjacentes da Espiritualidade Maior para tratamento e socor­ro das mentes desencarnadas, ainda conturbadas ou infelizes.
Arrede-se da desobsessão qualquer sentido de curiosidade intempestiva ou de formação espetaculosa.
Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza.
O amparo e o esclarecimento aos Espíritos dementados ou sofredores é serviço para quem possa compreendê-los e amá-los, respeitando­-lhes a dor.
Daí nasce o impositivo de absoluto isola­mento hospitalar para o recinto dedicado a semelhantes serviços de socorro e esclarecimento, entendendo-se, desse modo, que a desobsessão, tanto quanto possível, deve ser praticada de pre­ferência no templo espírita, ao invés de ambien­tes outros, de caráter particular.
Nesse sentido, é importante que os obreiros da desobsessão, notadamente os médiuns psico­fônicos e os médiuns esclarecedores, visitem os hospitais e casas destinadas à segregação de de­terminados enfermos, para compreenderem com segurança o imperativo de respeitosa cautela no trato com os Espíritos revoltados e desditosos.
19- APARELHOS ELÉTRICOS
Os aparelhos elétricos, no recinto, quando a desobsessão seja efetuada em lugar capaz de utilizá-los, devem ser restritos a uma lanterna elétrica, destinada a serventia eventual, e, quan­do seja possível, a um aparelho para gravação de vozes das entidades, notadamente aquelas que se caracterizam por manifestações constru­tivas, para que se lhes fixem os ensinos ou ex­periências com objetivo de estudo.
Repitamos que o grupo apenas usará o apa­relho para gravação de vozes, quando semelhante medida esteja em suas possibilidades, sem que isso seja fator essencial e inadiável à reali­zação do programa em pauta.
O dirigente da reunião ou o companheiro in­dicado para o manejo desses engenhos precisa, porém, estar atento, verificando-lhes o estado e o funcionamento, antes das atividades da equi­pe, prevenindo quaisquer necessidades, de ma­neira a evitar aborrecimentos e atropelos de úl­tima hora.
20- COMPONENTES DA REUNIÃO
Os componentes da reunião, que nunca ex­cederão o número de quatorze, conservem, acima de tudo, elevação de pensamentos e correção de atitudes, antes, durante e depois de cada tarefa.
Nenhuma preocupação com paramentos ou vestes especiais.
Compenetrem-se de que se acham no recin­to exercendo fraternalmente um mandato de con­fiança.
Na Doutrina Espírita não há lugar para fé cega. Evitem-se, no entanto, no ambiente da desobsessão, pesquisas ociosas e vãs indagações, críticas e expectações insensatas.
Todos os componentes da equipe assumirão funções específicas. Num grupo de 14 integran­tes, por exemplo, trabalharão 2 a 4 médiuns es­clarecedores; 2 a 4 médiuns passistas e 4 a 6 médiuns psicofônicos.
Os médiuns esclarecedores e passistas, além dos deveres específicos que se lhes assinala, ser­virão, ainda, na condição de elementos positivos de proteção e segurança para os médiuns psico­fônicos, sempre que estes forem mobilizados em serviço. Imprescindível reconhecer que todos os participantes do conjunto são equiparáveis a pi­lhas fluídicas ou lâmpadas, que estarão sensibi­lizadas ou não para os efeitos da energia ou da luz que se lhes pede em auxílio dos que jazem na sombra de espírito. Daí o imperativo do teor vibratório elevado nos componentes da reunião, a fim de que os doentes da alma se reaqueçam para o retorno ao equilíbrio e ao discernimento.
Os componentes encarnados da reunião não se rendam ao sono nas tarefas dedicadas à desobsessão, para se evitarem desdobramentos desnecessários da personalidade, cabendo-nos salientar igualmente que nas reallzações dessa na­tureza não devem comparecer quaisquer outras demonstrações ou experiências de mediunidade.

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