domingo, 13 de novembro de 2011

Ocupar-se ou Preocupar-se



"Hoje não me preocuparei" – um dos princípios do Reiki.
Preocupar-se significa perder tempo. Enquanto alguém se pré-ocupa, deixa de ocupar-se com algo realmente importante. Preocupação é pensamento estéril, enquanto ocupação é algo prático, dinâmico e criativo.
Conta-se que uma velhinha extremamente ansiosa tomou um ônibus e, a todo instante, perguntava ao motorista que parada era aquela. O senhor sentado ao seu lado tentou acalmá-la, entretanto a velhinha continuava irrequieta e chamou o cobrador, avisando-lhe que tinha compromisso urgente e não podia descer no lugar errado. O cobrador a tranqüilizou: prometeu chamá-la no momento exato,
desde que dissesse onde pretendia descer, ao que ela respondeu: – No ponto final! (1)
Para não se deixar levar pela preocupação, vale a pena planejar,
meditar sobre as questões ou os problemas que o afligem. Dessa maneira, verá que, muitas vezes, as soluções para um problema estão no próprio problema, como num clássico exemplo de tarefa escolar onde a chave para a resolução de um exercício encontra-se na própria formulação do exercício. A capacidade de distanciar-se e analisar as raízes das aflições pelas quais passa um indivíduo permite-lhe encontrar soluções incrivelmente criativas. Veja este conhecido provérbio popular: "Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada".
Geralmente a preocupação associa-se ao medo, o qual paralisa e esgota. A prudência é uma atitude bem diferente do medo paralisante, pois nos mantém atentos, alerta, mas também ativos. O medo e a prudência são fundamentais para a sobrevivência, entretanto não devem impedir a caminhada. Antes, preparam o caminho para que a caminhada seja mais leve e proveitosa. Convém lembrar que toda forma de medo é legítima e quase sempre baseia-se em experiências infelizes. Por exemplo, se você tem medo de estourar o orçamento, embora
apresente rendimentos confortáveis, talvez tenha passado muitas privações na infância e tema reviver os momentos de penúria material, emocional e afetiva.
Contudo, na nova situação em que vive o orçamento mensal é sempre suficiente, o que lhe permite saldar dívidas e concretizar planos. Certamente você conhece alguém que não vestia roupas confortáveis quando vivia uma situação financeira desfavorável e, embora tenha prosperado financeiramente, continua a andar meio esfarrapado. Então, de que adiantou ter prosperado se a preocupação em gastar as roupas o impede de usufruir aquilo que conquistou?

A preocupação, em muitos casos, projeta-se no outro. Nesses casos, temos exemplos de dedicação extrema que não se pautam pela compaixão e pelo amor, mas pela vaidade (vejam como sou caridoso e amoroso: perco o sono preocupado com Fulano!) ou por falta de amor-próprio (tenho de dedicar-me a Fulano, não importa que eu me esqueça de cuidar de mim). Dentre os diversos resultados dessa falta de equilíbrio, destacam-se as cobranças (preocupo-me tanto com você e o que recebo em troca). Ora, gestos de amor e compaixão devem ser espontâneos em vez de criarem arapucas emocionais para as pessoas com quem convivemos. A mãe que diz não dormir porque os filhos estão na rua talvez deva dialogar com eles sobre os horários da casa, impor limites e recolher-se a sono solto. Além do mais,
muitas vezes os filhos chegam e veem a mãe que dorme (e ronca!) e percebem que a
preocupação não é tão sincera assim: na verdade, reproduz uma necessidade de
adequar-se às convenções sociais.
Amar o outro significa deixá-lo caminhar. Você deve conhecer supostos amigos que apenas se aproximam quando você atravessa momentos de crise. Eles precisam mostrar o quanto são magnânimos e compreensivos. Entretanto, quase nunca ouvem realmente quais são as suas reais necessidades e arrotam conselhos. Outros fazem o percurso inverso: basta aparecer um probleminha para se afastarem de você.
Quantos realmente se ocupam de você e mantém os vínculos de amizade de modo recíproco (eu telefono, você telefona, nós nos telefonamos e, mesmo quando isso não for possível, estaremos juntos)?

Quando você se ocupa de alguém, procura animá-lo, porém deixa as decisões ao critério da outra pessoa. Se você corre num parque e percebe que um companheiro desistiu e sentou-se o que faz? Senta-se junto e chora as pitangas ou procura animá-lo a prosseguir? Vivenciar este princípio do Reiki permite-nos a liberdade de estar sempre em estado meditativo, isto é, em concentração e relaxamento. Em vez de pré-ocupação, ocupação. No momento de relaxar, relaxe. Quando fizer contas, esteja atento às casas decimais. Não seja como o estudante ansioso que se prepara para a prova de Matemática durante a aula de Redação: certamente ele estudará Redação na aula de Matemática e, claro, perderá as duas aulas!
Perceba como um dia sem preocupações é muito mais produtivo: as resoluções dos problemas são encaminhadas e, naturalmente, há espaço e tempo para tudo. Quando tiver fome, coma; quando tiver sede, beba; quando tiver sono, durma: toda a sabedoria do Zen ecoa neste princípio do Reiki. As sessões de Reiki o tornarão mais leve e o ajudarão a (re)escrever sua história, sem as limitações de tempo e espaço. Além disso, o Reiki, principalmente quando se utilizam os símbolos, o auxiliarão a perceber o quanto você é mais forte do que a princípio supõe.
Deixa a gira girar!
Nota:
(1) BARBOSA JÚNIOR, Ademir (Prof. Dermes). Segredos para o Vestibulando – do
CDF ao ZEN, p. 39. Reescrevi esta história a partir da carta 42
(Preocupação/Ansiedade) do Neo Tarô do Osho.

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