domingo, 6 de novembro de 2011

Desobsessão - Parte 2



DESOBSESSÃO
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO VIEIRA
DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ
Série André Luiz

1- PREPARO PARA A REUNIÃO: DESPERTAR
No dia marcado para as tarefas de desob­sessão, os integrantes da equipe precisam, a ri­gor, cultivar atitude mental digna, desde cedo.
Ao despertar pela manhã, o dirigente, os assessores da orientação, os médiuns incorpora­dores, os companheiros da sustentação ou mes­mo aqueles que serão visitas ocasionais no gru­po, devem elevar o nível do pensamento, seja orando ou acolhendo idéias de natureza superior.
Intenções e palavras puras, atitudes e ações limpas.
Evitar deliberadamente rusgas e discussões, sustentando paciência e serenidade, acima de quaisquer transtornos que sobrevenham duran­te o dia.
Trata-se de preparação adequada a assun­to grave: a assistência a desencarnados menos felizes, com a supervisão de instrutores da Vida Espiritual.
Imaginem-se os companheiros no lugar dos Espíritos necessitados de socorro e compreen­derão a responsabilidade que assumem.
Cada componente do conjunto é peça impor­tante no mecanismo do serviço. Todo o grupo é instrumentação.
2- PREPARO PARA A REUNIÃO: ALIMENTAÇÃO
A alimentação, durante as horas que prece­dem o serviço de intercâmbio espiritual, será leve.
Nada de empanturrar-se o companheiro com viandas desnecessárias.
Estômago cheio, cérebro inábil.
A digestão laboriosa consome grande par­cela de energia, impedindo a função mais clara e mais ampla do pensamento, que exige seguran­ça e leveza para exprimir-se nas atividades da desobsessão.
Aconselháveis os pratos ligeiros e as quan­tidades mínimas, crendo-nos dispensados de qual­quer anotação em torno da impropriedade do álcool, acrescendo observar que os amigos ainda necessitados do uso do fumo e da carne, do café e dos temperos excitantes, estão convidados a lhes reduzirem o uso, durante o dia determinado para a reunião, quando não lhes seja possível a abstenção total, compreendendo-se que a posi­ção ideal será sempre a do participante dos traba­lhos que transpõe a porta do templo sem quais­quer problemas alusivos à digestão.
3- PREPARO PARA A REUNIÃO: REPOUSO FÍSICO E MENTAL
Após o trabalho, seja ele profissional ou do­méstico, braçal ou mental, faça o seareiro da de­sobsessão o horário possível de refazimento do corpo e da alma.
Repouso externo e interno.
Relaxe, com ideações edificantes.
Abstenção de pensamentos impróprios.
Aspirações para cima.
Distância de preocupações inferiores.
Preparação íntima, podendo incluir leitura moralizadora e salutar.
Formação de ambiente particular respeitá­vel, de cujos agentes espirituais, enobrecidos e puros, se valham os instrutores para a composi­ção dos recursos de alívio e esclarecimento aos irmãos que, desenfaixados da veste física, ainda sofrem.
Os responsáveis pelas tarefas da desobses­são devem compreender que as comunicações reclamam espontaneidade e que o preparo a que nos referimos é de ordem geral, sem a fixação da mente em exigências ou gratificações de senti­mento pessoal.
4- PREPARO PARA A REUNIÃO: PRECE E MEDITAÇÃO
Pelo menos durante alguns minutos, horas antes dos trabalhos, seja qual for a posição que ocupe no conjunto, dedique-se o companheiro de serviço à prece e à meditação em seu próprio lar.
Ligue as tomadas do pensamento para o Alto.
Retire-se, em espírito, das vulgaridades do terra-a-terra, e ore, buscando a inspiração da
Vida Maior.
Reflita que, em breve tempo, estará em con­tacto, embora ligeiro, com os irmãos domiciliados no Mundo Espiritual, para onde irá igual­mente, um dia, e antecipe o cultivo da simpatia e do respeito, da compaixão produtiva e da bon­dade operosa para com todos aqueles que per­deram o corpo físico sem a desejada maturação espiritual.
Dessa forma, estará caminhando para a co­laboração digna com os benfeitores desencarnados que são os legítimos ministradores do bem.
5- SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CHUVA
Hora de sair para a reunião.
Necessário vencer os percalços que o tempo é capaz de oferecer.
Não raro, é a promessa de aguaceiro imi­nente ou a ventania forte, comparecendo por em­pecilhos habituais.
Chuva ou frio...
O integrante da equipe não se prenderá em casa por semelhantes obstáculos.
Conservará, sempre à mão, o agasalho pre­ciso e enfrentará quaisquer desafios naturais, consciente das obrigações que lhe competem.
6- SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: VISITAS
Na lista dos impedimentos naturais, um existe dos mais freqüentes: a visita inesperada.
Compreende-se o constrangimento dos com­panheiros já prestes a sair de casa para o serviço espiritual.
Em alguns casos, é um parente necessitando de palavras amigas; de outros, um companheiro reclamando atenção.
Que isso não seja tomado à conta de óbice insuperável.
O tarefeiro da desobsessão esclarecerá o as­sunto delicadamente, empregando franqueza e humildade, sem esconder o móvel da ausência a que se vê compelido, cumprindo, assim, não apenas o dever que lhe assiste, como também des­pertando simpatia nos circunstantes e assegu­rando a si mesmo o necessário apoio vibratório.
7- SUPERAÇÃO DE IMPEDIMENTOS: CONTRATEMPOS
Na série de obstáculos que, em muitas oca­siões, parecem inteligentemente determinados a lhe entravarem o passo, repontam os mais im­previstos contratempos à frente do servidor da desobsessão.
Uma criança cai, explodindo em choro...
Desaparece a chave de uma porta...
Um recado chega, de improviso, suscitando preocupações...
Alguém chama para solicitar um favor...
Certo familiar se queixa de dores súbitas...
Colapso do sistema de condução...
Dificuldades de trânsito...
O colaborador do serviço de socorro aos de­sencarnados sofredores não pode hesitar. Provi­dencie, de imediato, as soluções razoáveis para esses pequeninos problemas e siga ao encontro das obrigações espirituais que o aguardam, lem­brando-se de que mesmo as festas de natureza familiar, quais sejam as comemorações de ani­versário ou os júbilos por determinados even­tos domésticos, não devem ser categorizados àconta de obstrução.
8- IMPEDIMENTO NATURAL
Circunstâncias existem que pesam na ba­lança do trabalho por obstáculos naturais.
Uma viagem inesperada, por exemplo.
Pode acontecer que a obrigação profissional assim o exija.
Noutros casos, a moléstia grave comparece em casa ou na pessoa do próprio cooperador, obstando-lhe o comparecimento à reunião.
Temos ainda a considerar o impedimento por enfermidades epidêmicas, qual a gripe, e, em nos­sas irmãs, é razoável aceitar como motivos jus­tos de ausência os cuidados decorrentes da gravidez e os embaraços periódicos característicos da organização feminil.
Surgindo o impasse, é importante que o com­panheiro ou a companheira se comunique, rápi­do, com os responsáveis pela sessão, atentos a que se deve assegurar a harmonia do esforço de equipe tanto quanto possível.
9- TEMPLO ESPÍRITA
À medida que se nos aclara o entendimento, nas realizações de caráter mediúnico, percebe­mos que as lides da desobsessão pedem o ambien­te do templo espírita para se efetivarem com se­gurança.
Para compreender isso, recordemos que, se muitos doentes conseguem recuperar a saúde no clima doméstico, muitos outros reclamam o hos­pital.
Se no lar dispomos de agentes empíricos a benefício dos enfermos, numa casa de saúde encontramos toda uma coleção de instrumentos se­lecionados para a assistência pronta.
No templo espírita, os instrutores desencar­nados conseguem localizar recursos avançados do plano espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores, razão por que, tanto quanto nos seja possível, é aí, entre as paredes respeitáveis da nossa escola de fé viva, que nos cabe situar o ministério da desobsessão. Razoável, ainda, observar que os servido­res de semelhante realização não podem assumir, sem prejuízo, compromissos para outras ativida­des medianímicas, antes ou depois do trabalho em que se comprometem a benefício dos sofre­dores desencarnados.
10- RECINTO DAS REUNIÕES
O recinto das reuniões pede limpeza e sim­plicidade.
A mesa, com alguns dos livros básicos da Doutrina Espírita, de preferência «O Livro dos Espíritos», «O Evangelho segundo o Espiritis­mo» e um volume que desenvolva o pensamento kardequiano, conjugado aos ensinamentos do Cristo, estará cercada pelas cadeiras devidas ao número exato dos componentes da reunião, apre­sentando-se despida de toalhas, ornamentos, recipientes de água e objetos outros.
Em seguida à fila dos assentos, colocar-se-ápequena acomodação, seja um simples banco ou algumas cadeiras para visitas eventuais.
Um relógio será colocado à vista ou à mão, seja numa parede, no bolso ou no pulso do diri­gente, para que o horário e a disciplina estabe­lecida não sofram distorções, e o aparelho para a gravação de vozes, na hipótese de existir no aposento, não deverá perturbar o bom andamen­to das tarefas e será colocado em lugar desig­nado pelo orientador dos trabalhos.

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