domingo, 6 de novembro de 2011

Desobsessão - Parte 5





DESOBSESSÃO
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO VIEIRA
DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ
Série André Luiz

31-CONSULTAS AO MENTOR
Começada a reunião, o dirigente, por vezes, tem necessidade de ouvir o mentor espiritual para o exame de assuntos determinados.
Freqüentemente, é um amigo que deseja acesso à reunião e que não pode ser acolhido sem a consulta necessária; de outras, é a locali­zação mais aconselhável para as visitas que venham a ocorrer, é a ministração de socorro medicamentoso ou magnético a esse ou àquele companheiro que se mostre subitamente necessi­tado de assistência, é a pergunta inevitável e justa em derredor de problemas que sobrevenham no mecanismo da equipe, ou o pedido de coope­ração em casos imprevisíveis.
Nessas circunstâncias, o dirigente esperará que o mentor finalize a pequena instrução de início, através do médium responsável, e formu­lará as indagações que considere inevitáveis e oportunas.
32-MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (1)

As manifestações de enfermos espirituais irão até o limite de uma hora a uma hora e meia, na totalidade delas, para que a reunião perdure no máximo por duas horas, excluída a leitura inicial.
O Espírito desencarnado em condição de desequilíbrio e sofrimento utiliza o médium psicofônico (ou mais propriamente, o médium de incorporação), com as deficiências e angústias de que é portador, exigindo a conjugação de bon­dade e segurança, humildade e vigilância no companheiro que lhe dirige a palavra.
Natural venhamos a compreender no visi­tante dessa qualidade um doente, para quem cada frase precisa ser medicamento e bálsamo. Claro que não será possível concordar com to­das as exigências que formule; no entanto, não é justo reclamar-lhe entendimento normal de que se acha ainda talvez longe de possuir.
Entendamos cada Espírito sofredor qual se nos fosse um familiar extremamente querido, e acertaremos com a porta íntima, através da qual lhe falaremos ao coração.
Neste e nos próximos capítulos são indica­das algumas atitudes naturais dos médiuns psicofônicos em transe.
33-MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (2)
Os médiuns esclarecedores, pelo que ouçam do manifestante necessitado, deduzam qual o sexo a que ele tenha pertencido, para que a con­versação elucidativa se efetue na linha psicoló­gica ideal; analisem, sem espírito de censura ou de escândalo, os problemas de animismo ou mis­tificação inconsciente que porventura venham a surgir, realizando o possível para esclarecer, com paciência e caridade, os médiuns e os desen­carnados envolvidos nesses processos de mani­festações obscuras, agindo na equipe com o sen­so de quem retira criteriosamente um desajus­te do corpo sem comprometer as demais peças orgânicas; anulem qualquer intento de discus­são ou desafio com entidades comunicantes, dan­do mesmo razão, algumas vezes, aos Espíritos infelizes e obsessores, reconhecendo que nem sempre a desobsessão real consiste em desfazer o processo obsessivo, de imediato, de vez que, em casos diversos, a separação de obsidiado e obsessor deve ser praticada lentamente; e pra­tiquem a hipnose construtiva, quando necessá­rio, no ânimo dos Espíritos sofredores comuni­cantes, quer usando a sonoterapia para entregá­-los à direção e ao tratamento dos instrutores espirituais presentes, efetuando a projeção de quadros mentais proveitosos ao esclarecimento, improvisando idéias providenciais do ponto de vista de reeducação, quer sugerindo a produção e ministração de medicamentos ou recursos de contenção em favor dos desencarnados que se mostrem menos acessíveis à enfermagem do grupo.
34-MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (3)
No curso do trabalho mediúnico, os escla­recedores não devem constranger os médiuns psicofônicos a receberem os desencarnados pre­sentes, repetindo ordens e sugestões nesse sen­tido, atentos ao preceito de espontaneidade, fa­tor essencial ao êxito do intercâmbio.
Os esclarecedores permitirão aos Espíritos sofredores que se exprimam pelos médiuns psicofônicos tanto quanto possível, em matéria de desinibição ou desabafo, desde que a integrida­de dos médiuns e a dignidade do recinto sejam respeitadas, considerando, porém, que as manifestações devem obedecer às disciplinas de tempo.
Os médiuns, sejam eles esclarecedores ou psicofônicos, sustentarão o máximo cuidado para não prejudicarem as atividades espirituais que lhes competem. Alimentando dúvidas e atitudes suspeitosas, inconciliáveis com a obra de carida­de que se dispõem a prestar, muitas vezes põem a perder excelentes serviços de desobsessão, por favorecerem a intromissão de Inteligências perversas.
Os médiuns de qualquer grupo de desobses­são, como aliás acontece a todo espírita, são chamados a honrar sempre e cada vez mais as obrigações de família e profissão, abstendo-se de todas as manifestações e atitudes suscetíveis de induzi-los a cair em profissionalismo religioso.
Compreendam os dirigentes e seus assesso­res que o esclarecimento aos desencarnados sofredores é semelhante à psicoterapia e que a reunião é tratamento em grupo, cabendo-lhes, quando e quanto possível, a aplicação dos méto­dos evangélicos. Observando, ainda, que a parte essencial no entendimento é atingir o centro de interesse do Espírito preso a idéias fixas, para que se lhes descongestione o campo mental, de­vem abster-se, desse modo, de qualquer discur­so ou divagação desnecessária.
35-MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (4)
Convém observar que há médiuns psicofô­nicos para quem os Amigos Espirituais desig­nam determinados tipos de manifestantes que lhes correspondam às tendências, caracteres, for­mação moral e cultural, especializando-lhes as possibilidades mediúnicas.
Urge não confundir esse imperativo do tra­balho de intercâmbio com o chamado animismo ou supostas mistificações inconscientes.
36-MANIFESTAÇÃO DE ENFERMO ESPIRITUAL (5)
Os médiuns esclarecedores permanecerão atentos aos característicos dos manifestantes em desequilíbrio, de vez que entre estes se en­contram, freqüentemente, sofredores que com­parecem pela primeira vez, bem como os rein­cidentes sistemáticos, os companheiros infelizes do pretérito alusivo aos integrantes da reunião e recém-desencarnados em desorientação franca, os suicidas e homicidas, os casos de zoantropia e de loucura, os malfeitores trazidos à desobses­são para corrigendas e os irmãos tocados de exo­tismos por terem desencarnado recentemente em terras estrangeiras, as inteligências detidas no sarcasmo e na galhofa, os vampirizadores conscientes e inconscientes interessados na ocul­tação da verdade, e toda uma extensa família de Espíritos necessitados, nos vários graus de sombra e sofrimento que assinalam a escala da ignorância e da cruelda de.
Imperioso observar que todos são carece-dores de compreensão e tratamento adequados, cada qual na dor ou no problema em que se ex­primem, exigindo paciência, entendimento, so­corro e devotamento fraternais.
Desobsessão não se realiza sem a luz do ra­ciocínio, mas não atinge os fins a que se propõe, sem as fontes profundas do sentimento.
37-ESCLARECIMENTO
O dirigente do grupo, que contará habitual­mente com dois ou três assessores em exercício para o trabalho do esclarecimento e do amparo reeducativo aos sofredores desencarnados, assumirá o comando da palavra, seja falando dire­tamente com os irmãos menos felizes, através dos médiuns psicofônicos, seja indicando para isso um dos auxiliares.
A conversação será vazada em termos cla­ros e lógicos, mas na base da edificação, sem qualquer toque de impaciência ou desapreço ao comunicante, mesmo que haja motivos de indu­ção ao azedume ou à hilaridade. O esclarecimen­to não será, todavia, longo em demasia, compreendendo-se que há determinações de horário e que outros casos requisitam atendimento. A pa­lestra reeducativa, ressalvadas as situações ex­cepcionais, não perdurará, assim, além de dez minutos.
Se o comunicante perturbado procura fi­xar-se no braseiro da revolta ou na sombra da queixa, indiferente ou recalcitrante, o diretor ou o auxiliar em serviço solicitará a cooperação dos benfeitores espirituais presentes para que o necessitado rebelde seja confiado à assistência de organizações espirituais adequadas a isso. Nesse caso, a hipnose benéfica será utilizada a fim de que o magnetismo balsamizante assere­ne o companheiro perturbado, amparando-se-lhe o afastamento da cela mediúnica, à maneira do enfermo desesperado da Terra a quem se admi­nistra a dose calmante para que se ponha mais facilmente sob o tratamento preciso.
38-COOPERAÇÃO MENTAL
Enquanto persista o esclarecimento endere­çado ao sofredor desencarnado, é imperioso que os assistentes se mantenham em harmoniosa união de pensamentos, oferecendo base às af ir­mativas do dirigente ou do assessor que retenha eventualmente a palavra.
Não lhes perpasse qualquer idéia de cen­sura ou de crueldade, ironia ou escândalo.
Tanto o amigo que orienta o irmão infortu­nado quanto os companheiros que o escutam abrigarão na alma a simpatia e a solidariedade, como se estivessem socorrendo um parente dos mais queridos, para que o necessitado encontre apoio real no socorro que lhe seja ministrado.
Forçoso compreender que, de outro modo, o serviço assistencial enfrentaria perturbações ine­vitáveis, pela ausência do concurso mental im­prescindível.
O dirigente assumirá a iniciativa de qual­quer apelo à cooperação mental, no momento em que a providência se mostre precisa, e ativará o ânimo dos companheiros que, porventura, se revelem desatentos ou entorpecidos, desde que o conjunto em ação é comparável a um dínamo em cujas engrenagens a corrente mental do am­paro fraterno necessita circular equilibradamen te na prestàção de serviço.
39-MANIFESTAÇÕES SIMULTÂNEAS (1)
Os médiuns psicofônicos, muito embora por vezes se vejam pressionados por entidades em aflição, cujas dores ignoradas lhes percutem nas fibras mais íntimas, educar-se-ão, devidamente, para só oferecer passividade ou campo de ma­nifestação aos desencarnados inquietos quando o clima da reunião lhes permita o concurso na equipe em atividade. Isso, porque, na reunião, é desaconselhável se verifique o esclarecimento si­multâneo a mais de duas entidades carecentes de auxílio, para que a ordem seja naturalmente assegurada.
Ainda quando o sensitivo tenha as suas faculdades assinaladas por avançado sonambu­lismo, deve e pode exercitar o autodomínio, afei­çoando-se à observação e ao estudo, a fim de colaborar na vigilância precisa, desincumbindo­-se, com segurança, do encargo da enfermagem espiritual que lhe é atribuído.

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