André Luiz comenta uma pérola da Filosofia, conhecida de todos os povos. Vale a pena refletir. Na noite de 26 de janeiro de 1956, fomos agraciados com a visita de nosso amigo espiritual André Luiz, que nos ofereceu à meditação à página simples e expressiva que ele próprio intitulou "Lição no apólogo". Diante das perturbações e das lágrimas que nos visitam cada noite o santuário de socorro espiritual, lembraremos velho apólogo, dezenas de vezes repetido na crônica de vários países do mundo e que, por pertencer à alma do povo, é também uma pérola da Filosofia a enriquecer-nos os corações. Certo cavalheiro que possuía três amigos foi convocado a comparecer no fórum, de modo a oferecer solução imediata aos problemas e enigmas que lhe manchavam a vida, porquanto já se achava na iminência de terrível condenação. Em meio das dificuldades de que se via objeto, procurou os seus três benfeitores, suplicando-lhes proteção e conselho. Arrogante, replicou-lhe o primeiro: - Mais não posso fazer por ti que obter-te uma roupa nova para que compareças dignamente diante do juiz. Muito preocupado, disse-lhe o segundo: - Não obstante devotar-te a mais profunda estima, posso apenas fortalecer-te e acompanhar-te ate à porta do tribunal. O terceiro, porém, afirmou-lhe humilde: - Irei contigo e falarei por ti. E esse último, estendendo-lhe os braços, amparou-o em todos os lances da luta e falou com tanta segurança e com tanta eloqüência em benefício dele, diante da justiça, que o mísero suspeito foi absolvido com a aprovação dos próprios acusadores que lhe observavam o processo. Neste símbolo, temos a nossa própria história à frente da morte. Todos nós, diante do sepulcro, somos chamados a exame na Contabilidade Divina. E todos recorremos àqueles que nos protegem. O primeiro amigo, o doador de trajes novos, é o dinheiro que nos garante as exéquias. O segundo, aquele que nos acompanha até à porta do tribunal, é o mundo representado na pessoa dos nossos parentes ou na presença das nossas afeições mais queridas, que compungidamente nos seguem até à beira da sepultura. O terceiro, contudo, é o bem que praticamos, a transformar-se em gênio tutelar de nossos destinos, e que, falando em nós e por nós, diante da justiça, consegue angariar-nos mais amplas oportunidades de serviço, quando não nos conquista a plena liberação do Espírito para a Vida Eterna. Atendamos assim ao bem, onde estivermos, agora, hoje, amanhã e sempre, na certeza de que o bem que realizamos é a única luz do caminho infinito e que jamais se apagará. André Luiz |
Fonte : Vozes do Grande Além |
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Lição no Apólogo
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