Linha bastante antiga de trabalhos na Umbanda, por vezes apresenta-se na Linha do Oriente e com ela se confunde (1). Os ciganos atuam em diversas áreas, em especial no tocante à saúde, do amor e do conhecimento, com tratamento e características diferentes das de outras correntes, falanges e linhas. Assim como Povo Cigano, quando encarnado, possui origem antiga e pulverizada em diásporas e pelo nomadismo, o Povo Cigano do Astral assenta-se nos mais diversos terreiros de Umbanda cada qual poderá trabalhar e evoluir. Na Espiritualidade os ciganos não estão mais afeitos a tradições fechadas (ciganos apenas casando-se entre eles) e patriarcais terrenas (a mulher sem filhos biológicos praticamente perdendo seu valor perante o marido, a família e a comunidade), podendo atuar com mais liberdade, daí afinarem-se com a Umbanda, conhecida pelo sincretismo e por abrir as portas para diversas linhas espirituais.
Alegres e experientes, trabalham utilizando-se de seus conhecimentos magísticos, tanto na Direita quanto na Esquerda. Se existem Exus e Pombas-Giras ciganos, há também ciganos que, por afinidade e/ou por não encontrar outros caminhos numa casa, trabalham na Linha da Esquerda.
Amparados pela vibração oriental, trajam vestes e adereços característicos, valendo-se de cartas, runas, bolas de cristal, Numerologia e outros expedientes que lhe são familiares. Apreciam também trabalhar com cores (cada cigano tem sua cor de vibração e de velas, embora possa se valer de diversas cores, em virtude dos vastos conhecimentos que possuem) e com incensos. Utilizam-se, ainda, de pedras, bebidas, punhais, lenços e outros elementos para Magia Branca.
Embora haja orações e simpatias e feitiços ciganos espalhados em profusão em livros, revistas, sítios na internet e outros, vale lembrar que a Umbanda, seja na Direita ou na Esquerda, jamais trabalha com qualquer elemento que venha a ferir o livre-arbítrio de alguém.
Nomes de alguns ciganos: Ângelo, Artêmio, Iago, Igor, Pablo, Ramirez, Wladimir, Vítor, Carmem, Carmencita, Esmeralda, Rosita.
NOTA
(1) Em muitas casas, Linha do Oriente e Linha Cigana se confundem; em outras, trabalham separadamente (há casas em que aparece apenas a Linha Cigana); existe, ainda, a leitura de que a Linha Cigana seria uma espécie de divisão/falange da Linha do Oriente.
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SANTA SARA
Reza a tradição, numa das lendas de Santa Sara que, para fugir das perseguições de Herodes Agripa, alguns discípulos de Jesus foram colocados numa barca sem velas ou remos ou o mínimo de provisões. Dentre os discípulos estavam Maria Salomé, mãe de Tiago Maior e João, e Maria Jacobé, Irmã ou prima de Maria, mãe de Jesus, juntamente com a serva Sara. Em 44 ou 45 d. C. a embarcação teria chegado a Camargue, na França. Maria Jacobé, Maria Salomé e Sara permanecessem na mesma região, enquanto os demais discípulos se dispersaram pela Gália como evangelizadores.
Segundo outras versões, Sara vivia às margens do Mediterrâneo e foi acolhida pelas outras mulheres, tornando-se, posteriormente, cristã, serva e acompanhante de Maria Jacobé e Maria Salomé. Outras fontes, ainda, caracterizam Sara como abadessa ou freira de um convento líbio, rainha egípcia que teria acolhido os evangelizadores, ou mesmo descendente dos atlantes.
Para os ciganos, a Virgem Sara é chamada também de Kali (o que significa“negra”; também nome de uma deusa negra indiana, relacionada à morte).
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Deixa a gira girar!
Texto de : Prof. Dermes
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