segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Crianças e a Umbanda


A participação das crianças na Umbanda pode e deve ser bastante ativa. Além de elas se sentirem em casa em todas as atividades do terreiro, em especial nas giras, todos os Orixás e guias as tratam com carinho, respeito e deferência. E não podia ser diferente, uma vez que o Mestre Jesus pediu que sempre deixássemos chegar pertinho dEle as crianças.
            Estabelecer limites para as crianças não significa tolher sua liberdade. Se hoje estão numa casa de Umbanda e amanhã, já adultos, resolvem deixá-la, não há problema algum: levarão com elas a força dos Orixás, os ensinamentos éticos, a firmeza dos sacramentos recebidos e dos trabalhos de que tenham participado. Vale lembrar: o livre-arbítrio é um de nossos maiores dons, e as portas de uma casa de Umbanda estão sempre abertas, não apenas para entrar, mas também para sair quando a caminhada espiritual de cada um (ou mesmo outra razão) assim determinar.
            Para que as crianças se sintam ainda mais à vontade na casa, é importante combinar algumas atividades específicas com elas: dinâmicas de grupo, dramatizações, jogos e brincadeiras, música (incluindo toque) e outros. Recentemente, na Tenda de Umbanda Caboclo Pena Branca, em Piracicaba – SP, preparamos juntos (crianças, adolescentes, adultos e eu) uma apresentação para a Festa dos Baianos, que aconteceu no dia 20 de novembro deste ano. Foi o primeiro passo para um projeto cultural mais amplo que a casa começa a desenvolver.
Em linhas gerais, a homenagem ao Senhor do Bonfim (o mote da apresentação foi: Homenagear o Senhor do Bonfim é homenagear a Linha dos Baianos) contou com uma pequena entrada, em que os meninos cantaram “Ilha de Maré”, como se fosse numa Lavagem. Todos foram acolhidos pelo Seu Zé Pelintra, que estava em terra (um dos adolescentes estava caracterizado como Seu Zé). Em seguida, cantaram “Oni Saurê”, “Toda sexta-feira todo mundo é baiano” e o “Hino do Senhor do Bonfim”. Os adultos ficaram encantados, emocionados. Durante a festa, fitinhas do Senhor do Bonfim foram distribuídas aos médiuns e à assistência.
            Em 2011, além de implementarmos juntos (dirigentes espirituais, diretoria, voluntários e eu) o projeto cultural da casa e viabilizarmos a apresentação das crianças e dos adolescentes nas festas da terreiro, pretendemos também oferecer oficinas e workshops para irmãos de outros terreiros que desejem coordenar atividades semelhantes com os meninos de suas casas.
            Omi Ibejada! Que as crianças de lá e de cá nos ajudem sempre a viver a vida com mais leveza, alegria e esperança. Afinal, brincar é atividade que exige concentração, comprometimento, entrega.
            Deixa a gira girar!



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