terça-feira, 8 de novembro de 2011

No túmulo coberto pelo mato, havia uma rosa vermelha


Texto gentilmente enviado pela nossa amiga e ouvinte: crisarante

Grande maioria das famílias já esqueceram de seus antepassados e já não encontram motivos para se deslocarem até a calunga pequena, afinal ELES não estão lá! não é mesmo?... apenas seus restos mortais ficaram..... Um pensamento meu de amor, vale muito mais que ir ao cemitério!.... e por aí vai.... desculpas e mais desculpas para justificar a falta da dor, que agora é suportável......
Mas a coisa não é tão simples como imaginamos!

Outubro de 2009, mais precisamente na última gira do mês, tivemos a visita do Sr. Exu Caveira que nos disse:
- Quantos de vocês irão visitar a calunga na próxima semana? (apenas duas pessoas sinalizaram com a mão)
- Todos vocês deverão ir.... porque EU assim determino!.... e levarão sete rosas vermelhas cada um, e irão depositar nas sete mais pobres das lápides que encontrarem.
E seguindo as ordens do Mestre da Calunga, no dia de Finados fomos ao cemitério e depositamos as rosas em túmulos que aparentavam estar abandonados. Quando estávamos voltando para casa minha esposa comentou que sentia uma alegria inexplicável. Na mesma semana, tivemos a gira de direita, e um irmão anônimo falou:
- Vim aqui apenas para agradecer! Todos os anos no dia de Finados, é permitido que Eu entre outros, visitem nossa última morada na esperança de rever aqueles que nos foram caros. Muitos de nós são agraciados com esse momento de saudade e alegria, mas a grande maioria não consegue rever aqueles que amaram. Porque nesse dia? perguntarão vocês!.... não sei explicar o motivo, só sei que nesse dia lá na calunga, Deus permite que nossos olhos possam ver além do que podem ver. Todos os anos eu vou a esse encontro, confesso que não tive a felicidade de rever minha família, mas não fico triste, pois com certeza superaram a minha falta e estão bem. Como disse, hoje vim apenas agradecer, porque dessa vez fui às lágrimas quando vi que em meio ao mato que encobre minha lápide, havia uma rosa vermelha. Seu brilho podia ser notado a distância e o perfume que dela exalava contagiava a todos que se aproximavam. Muitos como eu, nesse dia não puderam rever seus pares, mas fomos abençoados pela magia daquela rosa enviada por Oxalá.
Saravá meus Irmãos!
Laroiê Sr. Exu Caveira

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